segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
Hoje é dia de Ana Nitzan | destaque na Ilustrada
Hoje acontece a abertura da exposição SUBLIMAÇÃO e lançamento de livro de Ana Nitzan. É no dconcept escritório de arte. Vamos? Das 14h às 18h.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Thomaz Farkas é a nova exposição na LUCIANA BRITO GALERIA
Thomaz Farkas referencial e inédito
Exposição Memórias e descobertas reúne
fotografias icônicas e achados recentes e nunca vistos do artista morto em
2011, um dos nomes máximos da fotografia brasileira. De 08/11/14 a 9/1/15
Luciana Brito Galeria
tem o prazer de ser a primeira galeria a representar comercialmente (desde
2013) e, agora, a realizar uma exposição individual de Thomaz Farkas
(1924-2011). Sua carreira tem sido foco de várias individuais e coletivas
antológicas com variados recortes desde os anos 40, além de um extenso trabalho
de pesquisa e preservação realizado pelo Instituto Moreira Salles desde 2007.
No entanto, esta seleção, com curadoria de Sergio Burgi e João Farkas, reúne um
panorama especialmente amplo da obra do artista. Será a primeira vez que séries
importantes de autoria de Thomaz Farkas são reunidas em conjuntos maiores.
A
famosa série Recortes, que sintetiza
sua pesquisa formal, e o impressionante registro da criação de Brasília, com um
certo caráter cinematográfico, por exemplo, são dois pilares de facetas
complementares do artista, cujo trabalho fundia rigor técnico, experimentalismo
e um profundo interesse pela realidade brasileira.
Com
quase uma centena de trabalhos, a exposição abrange sua produção inicial
(incluindo imagens inéditas das célebres séries feitas em 1946 com bailarinos
russos e brasileiros), filmes (na maturidade artística, seu interesse pelo
cinema documentário o levaria a criar a Caravana Farkas, responsável por uma
produção icônica dedicada à cultura brasileira), e documentos. Uma rara série
em cor também será exibida, além de ampliações de época nunca antes expostas.
Thomaz
Farkas é um dos principais nomes da fotografia brasileira moderna, ao lado de
artistas como Gaspar Gasparian e Geraldo de Barros. Partindo criticamente do
pictorialismo e da fotografia baseada nos gêneros tradicionais da pintura
(retrato, paisagem, etc), os artistas enfocaram aspectos do meio fotográfico em
si, distanciando-se do tratamento de fotografias como meras reproduções. Mas
Farkas se destacaria também como empresário, produtor e realizador
cinematográfico, empreendedor cultural, pesquisador e divulgador da arte
fotográfica.

Quatro
vezes eleito o representante do Brasil na Photographic Society of America,
Farkas foi também central na criação dos departamentos de fotografia do MASP e
do MAM-SP. Além do Musem of Modern Art de Nova York, a obra do fotógrafo pode
ser encontrada em acervos como os da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Maison
Européene de la Photographie e Instituto Moreira Salles (que lhe dedicou um
livro antológico editado em 2010-11), entre outras instituições. Farkas faleceu
em São Paulo, em 2011.
A
exposição inclui lançamento de livro homônimo com mais de uma centena de
reproduções e textos dos curadores e do pesquisador Rubens Fernandes Junior,
entre outros (220 páginas, bilíngue: português e inglês).
SERVIço
THOMAZ
FARKAS: MEMÓRIAS E DESCOBERTAS
Local Luciana Brito Galeria
Rua Gomes de
Carvalho, 842 – Vila Olímpia (11) 3842 0634
Período de 8 de novembro de 2014 a 9 de janeiro de 2015
Horário de terça a
sábado, das 10 às 19h
CuradorIa Sergio
Burgi e João Farkas
Assessoria de Imprensa: Solange Viana | t. (11) 4777.0234 | solange.viana@uol.com.br | HTTP://solangeviana.blogspot.com
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Ana Nitzan lança seu primeiro livro "Sublimação"
Primeiro
livro da artista paulistana Ana Nitzan, será lançado dia 11 de novembro, às
19h, no BESI Brasil. A obra, um objeto de arte, conta com
encadernação original e foi organizada pelo curador Eder Chiodetto com projeto
gráfico de Milena Galli.
Ao se deparar um
dia com uma imensa árvore florida, Ana se deparou com um problema: como
representar tal grandiosidade por meio da fotografia? Intuitivamente fotografou
dois lados da árvore. Na edição, uniu as duas faces. As árvores surgiam sem
tronco, sem contato com o solo. Era como se voassem. Ao fotografar os dois
lados da mesma copa, na tentativa de forçar os limites da fotografia para que
aludisse à tridimensionalidade do referente, a artista casualmente criou a
ilusão de uma levitação.
Conta a artista
“criei um universo por onde vago nas memórias da infância, sob as raízes ou
sobre as copas das árvores. Lugares interiores onde me permitia sonhar com o
que ainda não havia acontecido”.
A artista explica
como chegou neste processo: “Depois de estudar fotografia, decidi experimentar
a pintura, o desenho e, finalmente, a construção de objetos. Durante um tempo,
velei fotografias com pintura. Destas experimentações surgiu a linha que eu
buscava para juntar desenho e fotografia. A linha passou a ser um elemento
muito presente nos meus trabalhos” diz a artista.
Para o curador Eder
Chiodetto, “Costurando as duas faces da árvore pelo avesso do papel fotográfico
e abrindo-o, como quem abre um livro – metáfora da fonte de conhecimento –, Ana
Nitzan conseguiu unir as pontas, estéticas e conceituais, que entrelaçam as
indagações poéticas e filosóficas que a despertaram naquele primeiro momento
diante da árvore no campo. Essa imagem-sublevação sintetiza organicamente os
ciclos vitais, a transcendência, a espiritualidade. Ao mesmo tempo, especula
poeticamente sobre os limites da representação, da nossa percepção visual, do
nosso olhar para o entorno”, diz.
Sobre a artista:
Ana Nitzan, paulistana, formada pela Escola Rudolf
Steiner de São Paulo Waldorf e Desenho Industrial pela FAAP de São Paulo, em
1989. Possui produção artística desde 1990. Desenvolve pesquisa em fotografia,
desenho, pintura, jóias, escultura e suportes que supram a necessidade de
expressão poética da reflexão artística. As obras, na maioria dos casos,
referem-se à percepção simbólica e afetiva entre ser humano e natureza. A mais
recente série de Ana Nitzan, Sustentável
Sublimação alude ao momento em que a árvore, sem o caule é sustentada pelo
ar, transcendendo a fotografia que é literalmente costurada formando um volume
real, esta segunda questão de fundo de toda essa série: o antagonismo entre os
pontos da imagem em si, espiritualidade e mito. Participou de diversas
exposições individuais e coletivas tanto no Brasil como no exterior. Possui
obras em coleções públicas, Banco Espirito Santo, BES e Banco Itaú S.A.
SERVIÇO:
Lançamento do livro e exposição SUBLIMAÇÃO de Ana Nitzan
R$ 100,00 | 244 págs
Instalação e fotos (com fragmentos, desenhos, cristais, terra, sementes de cobre que constroem o pensamento da artista). Dress photo by phD edição limitada
Abertura: 29 de novembro, sábado, das 14h às 18h
Visitação: de 01 a 23 de dezembro de 2014
Local: dconcept escritório de arte na Al Lorena 1257 G1/C3.
Cep 01424-001 Jardins |São Paulo | Tel 3085 5006 | www.dconcept.com
De segunda a sexta das 14h às 19h | Sábados das 11h às 15h | Entrada Franca
Patrocínio: BESI do Brasil S.A.
Assessoria de
Imprensa:
Solange Viana | t. (11) 4777.0234 | solange.viana@uol.com.br | HTTP://solangeviana.blogspot.com
Próxima Exposição: Ana Michaelis que acontece no D' Concept
Ana Michaelis apresenta ILUSÃO exposição individual
na d'concept
Abertura, 22 de outubro, quarta-feira, às 19h
Visitação: de 22 de outubro a 22 de novembro de
2014
“Ilusão” é o título da nova exposição individual da artista
visual, Ana Michaelis, que abre em 22 de outubro, quarta-feira, às 19h, para
convidados, permanecendo até 22 de novembro na dconcept escritório de arte, na Al Lorena 1257 G1/C3. Na
ocasião a artista apresentará um site
specific (na parede
frontal com 2,5 m de comprimento e as duas paredes laterais com 4m de
comprimento cada. As paredes possuem
altura de 2,7m), além de 10 telas em diversos formatos.

Por trás dessas
velaturas se entrevê a um só tempo um processo de apagamento ou esvaecimento da
imagem como o da emergência de uma outra
paisagem, uma paisagem "nebulosa". Nas nuances
acinzentadas percebe-se um desejo da artista em buscar outro canal de sensibilidade na experiência de apreensão do
mundo.
Entendemos que a representação
dessas paisagens não serve como uma maneira de se conhecer a verdadeira
realidade da natureza. A intenção da artista não é uma copia do mundo que se
apresenta com todas suas particularidades mas sim uma paisagem que será a
representação de um recorte dos sentidos e memorias tanto pessoais como
coletivas.
Ana estabelece um
contraponto entre as noções de "imagem do mundo" e "mundo como
imagem", tencionando neste procedimento a ideia de representação, na
medida em que introduz um fator de distorção – que conforma a aura de suave
artificialidade que envolve suas pinturas.
Surgem dessa forma outras paisagens, ou paisagens "de
uma outra natureza"; paisagens
inventadas. Criando
essa artificialidade notamos que a intenção da artista é clara em resgatar a
importância fundamental de situar o espectador em uma dimensão imaginaria
concentrada nas potencialidades sob a perspectiva da ilusão.
Perspectiva da
Ilusão
“Segundo a qual o que se quer que um quadro
represente, o faz em virtude de dar ao espectador a falsa crença perspectiva de
que ele está na presença do que é representado” . (texto retirado do livro “A
Pintura como Arte” de Richard Wollheim, pag 77, editora Cosac & Naify).
Sob esse conceito ampliado, a
artista para a exposição irá fazer um site specifc. O espectador será envolvido
por uma paisagem imaginaria, pintada em 3 grandes paredes em um espaço fechado
da galeria. A paisagem representada terá a ausência da figura humana e
interferência do homem e será uma imagem de atmosfera etérea que paira entre a
lembrança e a imaginação sugerindo um sentido de tempo alongado e um potencial
de reflexão e meditação. Apesar da artificialidade da imagem, o espectador será
levado a ilusão de que ele está na presença e faz parte do que é representado. Ao termino da exposição as
paredes serão pintadas de branco apagando toda a pintura.
A
atmosfera etérea tem o intuito de fazer sobressair a luz e diluir os traços, sugerindo
uma paisagem que instiga no observador a sensação única de lembrança e ilusão, talvez, sobretudo se
pensamos que toda paisagem de certo modo sempre se efetiva ou se realiza a partir do ponto de vista de
quem a contempla.
Fotos: Rômulo Fialdini
Fotos: Rômulo Fialdini
SERVIÇO:
ILUSÃO de Ana Michaelis
ONDE
dconcept escritório de arte na Al Lorena 1257 G1/C3.
Cep
01424-001 Jardins
São Paulo
Tel 3085
5006 ou 98346 3608
Site :
www.dconcept.com
Quando
Data da
abertura : 22 de outubro, quarta-feira, às 19h
Período da
exposição : 22 de outubro a 22 de novembro de 2014
Obras
No primeiro
espaço da d'concept será um site
specific.
Informações
do site specific:
Título:
Ilusão
Ano
: 2014
Dimensão
: A parede frontal com 2,5 m de comprimento e as duas paredes laterais com 4m
de comprimento cada. As 3 paredes com
altura de 2,7m .
No final da
exposição as paredes serão pintadas de branco desaparecendo a imagem.
No segundo
espaço da d'concept.
Serão 10
telas de dimensões variadas no segundo espaço da D’Concept.
Ano : 2014
Dimensões:
65 x 85 cm,
70 x 90 cm, 100 x 105 cm, 100 x 120 cm e 140 x 165 cm.
Assessoria de Imprensa: Solange Viana | t.
(11) 4777.0234 | solange.viana@uol.com.br | HTTP://solangeviana.blogspot.com
QUEM É ANA MICHAELIS
Ana Michaelis é
carioca. Vive e trabalha em São Paulo. Participou de inúmeras exposições
individuais e coletivas como: Galeria Art Lounge, “Obras Recentes”, Lisboa,
Portugal (2013). AM Galeria Horizonte, “Azul”, São Paulo, SP, (2011), Galeria
Art Lounge, “Em Algum Lugar”, Lisboa, Portugal, (2006). Paço das Artes,
“Paisagens da Memória”, São Paulo, SP, (2003).Galeria Mônica Filgueiras,
“Paisagens da Afetividade”, São Paulo, SP (2002). Galeria Nara Roesler, “O
Rosto do Outro”, São Paulo, SP, (1997). Galeria Adriana Penteado, “Pinturas
Recentes”, São Paulo, SP, (1994) que são as individuais. Diversas coletivas,
entre elas: AM Galeria, “Projeto Boletim ou Shortcuts
#01”, Belo Horizonte, MG (2014). FAV Galeria,
“Jardins”, Goiânia, GO, 2014. Grand Rapids Art
Museum, “Reimaginando a Paisagem e o Futuro da Natureza”, Grand Rapids, Michigan,
EUA , 2013. Galeria
Referência, “CenterFolder”, Brasília,
DF, 2012. Espaço Contraponto, “Em Branco
- Territórios sem Fronteiras”, São Paulo, SP, 2011. AM Galeria Horizonte, “Perfil”, São Paulo, 2011. Casa das Onze Janelas, “Em Branco –
Recortes, Colagens e Adesivos”, Belém, PA, 2008. AM Galeria de Arte, “Paisagens”, Belo Horizonte, BH, 2008. Galeria
Referência, “Em Branco”, Brasília, DF, 2008. Florenceantonio.com Galeria, “Casa dos Macacos”, São Paulo, SP, 2007.
Florenceantonio.com Galeria + Tripityque, “Homens Trabalhando”, São Paulo, SP, 2007. Florenceantonio.com Galeria, Escola São
Paulo, São Paulo, SP, 2007. Palácio das
Artes, “Em Branco”, Belo Horizonte, MG, 2006.Centro Cultural São Paulo, “Água
Corrente”, São Paulo, SP, 2006. Galeria Bolsa de Arte, “Em Branco”, Porto
Alegre, RS, 2004.Galeria Martha Traba, São Paulo, SP 2003. Casa das Rosas, São
Paulo, SP, 2003. Entre muitas outras, além de Feiras Nacionais e Internacionais de Arte Contemporânea como: Art
Monaco, Monaco, 2012, Arte Lisboa 12, Lisboa, 2012. Feira Parte, São Paulo,
2012. Art Rio, Rio de Janeiro, 2011. SP Arte, 09, 10 e 11, São Paulo, 2011.Feira
de Arte Contemporânea Madrid, Espanha, 2009. Arte Lisboa 09, Feira de Arte
Contemporânea de Lisboa, Portugal, 2009.Feira de Arte Contemporânea Madrid,
Espanha, 2008. Arte Lisboa 08, Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, Portugal,
2008. Feira de Arte Contemporânea Madrid, Espanha, 2007. Arte Lisboa 07, Feira
de Arte Contemporânea de Lisboa, Portugal, 2007. Arte Lisboa 06, Feira de Arte
Contemporânea de Lisboa, Portugal, 2006. Participou
em Bienais Internacionais de Arte: XIII Bienal de Arte de Cerveira, Vila
Nova Cerveira, Portugal (2005). E na XX Bienal Internacional de São Paulo,
Evento Especial “Circuito Atelier Aberto”, São Paulo, SP, 1989.
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
"pequenos erros sem importância" de Ana Calzavara
“Pequenos Erros sem Importância”
gravuras e fotografias de Ana Calzavara
de 05 de agosto a 13 de setembro de 2014
na Gravura Brasileira
No dia 6 de setembro, sábado, papo de artista, 11h30
(abaixo texto crítico de Cauê Alves)
“Pequenos erros sem importância”, título que dá nome a mais recente exposição de Ana Calzavara na Galeria Gravura Brasileira e que permanece em exibição até 13 setembro, com entrada franca. No próximo dia 6 de setembro, sábado, teremos um “papo de artista”, a partir das 11h30.

Mas ao mesmo tempo em que, em certa medida, não têm como vocação a procura pelo absoluto, também é fato que não se contentam com uma existência totalmente destituída de sublime, mas essa via sempre se dá a partir da experiência e da ordem do contingente. Daí a presença constante, na mostra, dos trabalhos em série, tentativas de falar das coisas não em uma única imagem que busca a essência, mas nas repetições que, numa passada regular e quase monótona, vão se somando até formar um sentido, discretamente. Ou, se única, é uma imagem feita de amálgamas, acréscimos, sobreposições, como num coro em que a beleza é apreendida na somatória de várias vozes em uníssono.
Ana Calzavara nasceu em Campinas, São Paulo, em 1971. É graduada em Artes Plásticas pela Unicamp, pós-graduada em Pintura pela Byam Shaw (Londres), mestre e doutora em Poéticas Visuais pela ECA-USP. Já participou de mostras individuais no Centro Cultural São Paulo (2001) e no Museu da Imagem e do Som (MIS). Dentre suas exposições coletivas recentes destacam-se: VIII Premio Arte Laguna, em Veneza, Itália (2014) e a 8th Biennale internationale d’estampe contemporaine de Trois-Rivière, no Canadá. (2013). Seu trabalho está em coleções como Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS); Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR); Museu de Arte Contemporânea de Santo André, SP e Museu Olho Latino, Atibaia, SP.
SERVIÇO:
Pequenos erros sem importância de Ana Casalvara
Visitação- de 05 de agosto a 13 de setembro de 2014.
seg a sex- das 10h às 18h | sáb- das 11h às 13h
GRÁTIS
06 de setembro, sábado, às 11h30 “papo de artista”, grátis.
galeria Gravura Brasileira
rua Dr. Franco da Rocha, 61
Perdizes, São Paulo, SP
f.11.3624.0301 e 3624.9193
t. 11. 4777.0234 | HTTP://solangeviana.blogspot.com
Pequenos erros sem importância
Cauê Alves
O erro geralmente surge de um engano ou de um deslize. É a ocorrência de um ato não calculado, de uma incorreção que foge ao projeto original. Nas artes gráficas os pequenos erros são observados na impressão, que pode estar fora de registro, com uma cor mais rala ou algum problema na matriz que deixa aparente a falta de acabamento. Mais do que assumir pequenos erros como parte do processo, Ana Calzavara faz deles um recurso expressivo. Isso poderia ser uma contradição na medida em que, se o objetivo é chegar ao erro, ele deixaria de ser uma falha e se tornaria um fim, a realização plena de um projeto. Entretanto, a artista explora alguns erros, em sua tensão e potência que lhes são inerentes, como elementos de sua linguagem.
Esse seu apreço pelas pequenas imperfeições revela, na verdade, uma operação para dar voz ao acaso, ao esgarçar das regras, aquilo que foge ao programado. Assim, os pequenos erros sem importância se tornam fundamentais em sua poética, justamente porque são conquistas técnicas, em parte previstas, em parte imprevistos incorporados, que se convertem em uma intenção deliberada em reconhecer a qualidade nos pequenos defeitos. Se, ao menos desde os modernos, não há mais um modelo correto ou paradigma a ser seguido na arte, o trabalho de Ana Calzavara investiga o “erro” como estratégia do trabalho.
A paisagem é recorrente nas impressões de gravuras ou fotografias da artista. Apesar de ser um gênero tradicionalmente ligado à representação de um espaço determinado, chama atenção em sua obra o modo como o tempo se torna aos poucos o protagonista. Enquanto isso, a paisagem às vezes não se revela inteiramente. É no destaque dado à passagem de um quadro a outro que surge o vínculo com o cinema. Entretanto, o cinema provoca ilusão de movimento a partir de uma sequencia de vinte e quatro quadros por segundo. Já no trabalho Pequenos erros sem importância há outra noção de tempo.
Seis imagens tomadas de seis ângulos diferentes, que não estão colocadas em sequência, são distribuídas lado a lado, separadamente. É como se entre cada imagem surgissem lapsos temporais e pequenos hiatos. As impressões se organizam quase como num caleidoscópio, a partir de uma estrutura geométrica espelhada. Galhos de árvore se bifurcam, se refletem e, em alguns momentos, dão a sensação de continuidade entre as imagens. Logo em seguida essa ilusão se desfaz e o todo caótico aparece, assim como micro desníveis e interrupções no alinhamento das fotografias. Outro trabalho (O pulso de todos os tempos) reúne os mesmos seis quadros sobrepostos. Com isso as camadas se entrelaçam, se conectam, se distanciam e criam luzes e texturas diversas. É como se a sobreposição trouxesse um tempo de condensação, em vez da dispersão das seis imagens anteriores. Tudo passa a acontecer no mesmo instante, no mesmo lugar, numa soma densa e turva de imagens. Não há espaçamento dos quadros num sentido de sucessão contínua, como no cinema, e sim o procedimento de reter tudo num único espaço, o papel. Com isso, a artista inventa dimensões que as imagens não teriam isoladamente.
Em Jogo da amarelinha, Ana Calzavara trabalha com uma sequência de imagens que têm como ponto de partida apenas uma fotografia que se repete e se transforma. Trata-se da sucessão do mesmo evento, de um instante em que um fragmento de uma árvore surge contra um céu monocromático. A ênfase está na relação figura-fundo, negativo-positivo, como se um se transformasse em outro. Em alguns momentos há uma pausa que traz o fundo para frente, seja o branco ou o ocre das paredes, seja o preto ou o cinza dos papéis impressos. Os vazios e planos monocromáticos intercalados na sequência de gravuras funcionam como elementos de respiro do conjunto e, ao mesmo tempo, integram o trabalho ao espaço da sala expositiva. Duas impressões com pequenos desajustes, um tanto fora de registro, ainda contribuem para conferir ao todo um jogo de cálculo inexato, como numa dialética sem síntese. A primeira é a sobreposição das imagens positiva e negativa em que os contrários cromáticos não se anulam e se mantém pulsantes. A outra apresenta uma impressão xilográfica sobre fotografia – a mancha resultante ao mesmo tempo que embaralha, confere movimento e tridimensionalidade à imagem.
O trabalho de Ana Calzavara lida com continuidades e rupturas entre imagens. A artista opera ora por justaposição, ora fundindo matrizes. Numa sequência de quatro impressões de uma paisagem colorida é como se a mesma imagem se transformasse em outra apenas pelo lugar em que está posicionada no conjunto. O efeito também lembra o que no cinema se chama detravelling, em que há um deslocamento da câmera no espaço. Entretanto, o resultado é semelhante ao de uma panorâmica, em que a câmera gira em seu próprio eixo horizontal. Pequenas interferências realizadas pela artista nas imagens nos faz descobrir com surpresa que estamos nos movimentando ao redor de uma mesma cena e que retornamos ao ponto de partida.

A mesma atmosfera de vazio e silêncio reaparece em Conte d’amour, que também traz fragmentos, mas nesse caso as partes se encaixam e formam um único painel. É uma gravura que tem como imagem inicial um pequeno desenho, mas que traz algo da linguagem da pintura, com suas cores vibrantes. Paisagem e figura humana convivem e ressaltam um estado de espírito contemplativo.
Já o grande autorretrato da artista com olhos fechados indica um movimento de volta sobre si, como a busca de uma paisagem interior. A autorreflexão como retorno ao mundo da subjetividade é, ao mesmo tempo, o encontro consigo, com os outros e com o espaço ao redor, mesmo que eles não coincidam completamente. Um desajuste semelhante de espaço pode ser reencontrado na soma de duas matrizes de xilografia e uma fotografia impressa em metacrilato. É exatamente a inexatidão no registro, uma falta de coincidência plena das imagens, que configura um “pequeno erro”.
Os meios reprodutíveis, sejam manuais ou mecânicos, lidam sempre com a reiteração. Cada cópia deve ser idêntica à outra. Mas a artista, também em resposta ao tecnicismo que domina o mundo contemporâneo, prefere operar de modo mais humano, numa repetição que não se completa plenamente, uma vez que vai propositalmente se transformando pouco a pouco. Como num efeito borboleta, pequenos erros sem importância, às vezes imperceptíveis a olho nu, podem gerar um tsunami. Mas a repetição do gesto faz com que, no interior dele, surjam diferenças, ausências de procedimentos padrão ou mínimos desajustes.
Em vez do absoluto, o que interessa é a fragilidade e o vulnerável. A experimentação no trabalho da artista se alimenta do desconhecido, daquilo que será colocado à prova e, portanto, do que ainda não é reconhecido como um valor instituído. Ana Calzavara foge da completude máxima que tende a ser estéril, estagnada, que não se abre para o porvir e para o inacabamento do mundo. São os pequenos erros sem importância que fazem o seu trabalho fecundo e permitem que ele se desenvolva rumo ao indeterminado.
Ana Calzavara nasceu em Campinas/SP, em 1971. É graduada em Artes Plásticas pela Unicamp, pós-graduada pela Byam Shaw (Londres), mestre e doutora em Poéticas Visuais pela ECA-USP. Já participou de mostras individuais no Centro Cultural São Paulo (2001) e no Museu da Imagem e do Som (2006). Dentre suas exposições coletivas recentes destacam-se: VIII Premio Arte Laguna, Veneza, Itália (2014) e a 8th Biennale internationale d’estampe contemporaine de Trois-Rivière, no Canadá (2013). Seu trabalho está em coleções como Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS); Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR); Museu de Arte Contemporânea de Santo André, SP e Museu Olho Latino, Atibaia, SP.
Assinar:
Postagens (Atom)