terça-feira, 3 de novembro de 2015

POEMAS NO CHÃO | Exposição "A Palavra palavra" de Jorge Menna Barreto que acontece na CARBONO Galeria


Carbono Galeria apresenta: A palavra palavra
Exposição de Jorge Menna Barreto

Abertura: 10 de novembro, terça-feira, das 19h às 22h
Visitação: de 11 de novembro de 2015 a 30 de janeiro de 2016

A arte das palavras na obra de Jorge Menna Barreto

Artistas convidados: Artur Lescher, Célia Euvaldo, Carlos Fajardo, Daniel Steegmann, Felipe Cohen, Gustavo Speridião, Jenny Holzer, Josef Albers. Juan Fontanive, Julio Le Parc, Laura Lima, Lenora de Barros, Luiza Baldan, Marcius Galan, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Rachel Whiteread, Regina Silveira, Sérvulo Esmeraldo, Tatiana Blass.


A Carbono Galeria, abre no próximo dia 10 de novembro, terça-feira, a partir das 19h, a exposição “A palavra palavra” de Jorge Menna Barreto, em parceria com a curadora e crítica de arte, Galciani Neves, que também faz o texto de apresentação da mostra, criada especialmente para a galeria. Será uma recriação do projeto feito pelo artista para o 32º Panorama da Arte Brasileira, realizado em 2011, no MAM, onde palavras criadas da mistura de termos distintos, são escritas em tapetes de borracha. 

Com o exercício de associar uma ou mais palavras a uma obra ou conjunto, os tapetes funcionavam como disparadores de conversas sobre as obras. A ambiguidade dos termos trabalha a favor de um discurso aberto, sem um ponto de chegada definido. Como ferramenta educativa, portanto, os capachos distanciam-se de um discurso “esclarecedor”, atuando como provocadores ao invés de mediadores de um conteúdo primeiro.

As obras expostas na galeria tem o intuito de acarretar discussões sobre a maneira que cada individuo percebe ou internaliza cada uma das peças apresentadas.

O processo curatorial foi montado baseando-se no acervo da galeria. Obras estas, feitas com exclusividade para a Carbono.

A coletiva reúne edições dos seguintes artistas: Artur Lescher, Célia Euvaldo, Carlos Fajardo, Daniel Steegmann, Felipe Cohen, Gustavo Speridião, Jenny Holzer, Josef Albers. Juan Fontanive, Julio Le Parc, Laura Lima, Lenora de Barros, Luiza Baldan, Marcius Galan, Nelson Leirner, Paulo Bruscky, Rachel Whiteread, Regina Silveira, Sérvulo Esmeraldo, Tatiana Blass.

Para o artista Jorge Menna Barreto, o conjunto de palavras pensadas para os tapetes flerta com a intenção de um texto crítico sobre a exposição. “Ao mesmo tempo, se distanciam de um texto do gênero em sua subversão da linguagem, que por sua vez as aproxima do texto poético ou das próprias obras”, explica. E acrescenta: “Habitam, assim, um território ambíguo, em trânsito entre obra, discurso crítico e dispositivo de mediação.”

Para a curadora, Galciani Neves “E toda palavra nua é um encontro de nadas. De um deslize sem rastro, atônito, entre vozes que não se deixam escrever. Vem daí a tarefa de sua investigação: traçar, a todo custo, sua origem. Toda palavra é útil. Mera convenção entre os ruídos, é lembrança de um acontecimento nítido ou tradução de uma imagem instantânea, com passado e futuro, explicando o mundo desconhecido, para saber e para fazer saber. Toda palavra é desmesura, como se, naquele poço em que se aprofundou de muito em muito, no fundo do breu, deixando-se cair na dúvida, fosse levando restos de parede, roçando em dedos, complicando-se em partículas minúsculas para não mais se deixar compreender” observa.

Na ocasião teremos uma ação social, onde serão vendidas camisetas (Art-Shirt) dos artistas Tomie Ohtake e Cassio Vasconcellos, realizadas especialmente para essa edição e com renda integral revertida para Casa Zezinho.  Para mais informações clique aqui.

SERVIÇO:
A PALAVRA PALAVRA
De: Jorge Menna Barreto
Curadoria: Jorge Menna Barreto e Galciani Neves 
Abertura: terça, 10.11.15 – 19h às 22h
Exposição: 10.11.15 à 30.01.16
Horários da galeria: Segunda à sexta, das 10h às 19h
                                 Sábado, das 11h às 15h

Assessoria de Imprensa: Solange Viana | t. (11) 4777.0234 | solange.viana@uol.com.br | HTTP://solangeviana.blogspot.com | @solangeviana



Artistas participantes: Artur Lescher | Célia Euvaldo | Carlos Fajardo | Daniel Steegmann | Felipe Cohen | Gustavo Speridião | Jenny Holzer | Jorge Menna Barreto | Josef Albers | Juan Fontanive | Julio Le Parc | Laura Lima | Lenora de Barros | Luiza Baldan | Marcius Galan | Nelson Leirner | Paulo Bruscky | Rachel Whiteread | Regina Silveira| Sérvulo Esmeraldo | Tatiana Blass |

A palavra palavra

Toda palavra foge de um poço chamado solidão. E, ao livrar-se desse lá no fundo, vai se modificando na língua (músculo do outro). Força limites, repete-se sem parar, teimosa e inevitável, como se nunca tivesse acontecido antes. Nem toda palavra dita é útil. As mais absurdas, intrusivas e assustadoras são mais comuns do que se imagina. Forjadas frescamente por um delírio, fermentam em vão ideias evocadas, acontecimentos deambulantes, desassossegos.

E toda palavra nua é um encontro de nadas. De um deslize sem rastro, atônito, entre vozes que não se deixam escrever. Vem daí a tarefa de sua investigação: traçar, a todo custo, sua origem. Toda palavra é útil: convenção entre os ruídos, é lembrança de um acontecimento nítido ou tradução de uma imagem instantânea, com passado e futuro, explicando o mundo desconhecido, para saber e para fazer saber. Toda palavra é desmesura, como se, naquele poço em que se aprofundou de muito em muito, no fundo do breu, deixando-se cair na dúvida, fosse levando restos de parede, roçando em dedos, complicando-se em partículas minúsculas para não mais se deixar compreender.

Nesses extremos, que definem os exercícios da palavra para referir-se às coisas, Jorge Menna Barreto infiltra-se para acionar uma espécie de antinomia da palavra – contraditoriamente, do individual para o universal, da singularidade própria de um que quer avançar para o todo e qualquer um que se encaixe, forçadamente, em uma dada categoria. O artista provoca o núcleo duro das palavras, recolhe, refaz, indistinguindo seus radicais.

Na Galeria Carbono, os trabalhos selecionados do acervo para habitar um conjunto não apaziguado convivem com suas “Desleituras”, título de um projeto de Jorge já vivenciado no 32º Panorama da Arte Brasileira (2011) no MAM-SP. Na ocasião, o artista desenvolveu palavras a partir da hibridização, mescla e sobreposição de termos e conceitos com o intuito de potencializar discursos e processos de percepção com o público acerca dos trabalhos da mostra em questão.

As desleituras são impressas em tapetes de borracha e se configuraram como dipositivos poético-educativos, como disparadores de conversas em visita a uma dada exposição. Sugerem uma subversão dos processos de mediação artística que, por vezes, pretendem “explicar” a obra, oferecer um discurso fechado ou assertivo. Segundo o artista, as desleituras flertam com os procedimentos presentes em textos críticos e estão em um território ambíguo: em pleno fluxo entre obra, exercício crítico e dispositivos de mediação.

A palavra é procedimento do artista para deslocar e expandir a pretensa pureza original dos trabalhos, o dito ponto crucial em que o pensamento pode construir reflexões sempre díspares acerca de cada poética aqui presente. Assim, propõe validades perceptivas e moventes e não verdades irreversíveis. As “desleituras”, processos erguidos a partir das poéticas de outros artistas, o que é muito diferente de sobre, realizam-se na dimensão do provável, do circundante e, ao mesmo tempo, através desses trabalhos.

Talvez convenha não arriscar a origem das palavras ao rés do chão. Ou melhor, arrisque-se. E nade em aparências. Elas vão nos trair. Caminhe com os pés esmagando as palavras, exaurindo-as em seiva. Avance, rasgando, esfaqueando a teia, que é o texto, tessitura da aranha, que se desfaz para construir sua casa-armadilha. Percorra, meio sem jeito, o outro lado desses casulos. Finque suas bandeiras de certeza. Sufoque-se nesse lugar movediço. São palavras – arcos com flechas direcionados para nós mesmos.

Galciani Neves

(novembro/2015)

Leila Monsegur apresenta site specif no Sesc Santana



 Leila Monsegur apresenta ZOOCIEDADE
nas paredes do Sesc Santana


A artista argentina, Leila Monsegur, radicada em São Paulo, apresenta a partir do dia 10 de novembro, sua mais nova construção: zoociedade. Uma intervenção, que será realizada nas paredes do Foyer das Artes, no Sesc Santana. A abertura acontece no dia 21 de novembro, que é quando o mural estará concluído. O público poderá acompanhar a evolução da obra que tem caráter de work in progress (trabalho em processo).

Realizado no Foyer das Artes, do Teatro do Sesc Santana, onde a linha ganha um caráter poético e musical, a artista oferece-nos a entrada num universo sinestêsico. O tema escolhido, oferece um nexo entre as linguagens, levantando questões sobre nossa própria humanidade, a fruição e a produção de arte na contemporâneidade.
Fruto de um jogo de palavras e da interação entre artes visuais e música, "Zoociedade", nasceu da pesquisa da artista, onde seres antropomorfos, zoomorfos nos oferecem um reflexo do tempo em que vivemos.


As criaturas híbridas fazem parte da imaginação humana nos mitos, nas teogonías e totens. O lado "animal" nos assombra desde os primórdios.
Onde começa o humano e acaba o animal?

A artista propõe um paralelismo entre os seres híbridos representados e a produção contemporânea, oferecendo uma metáfora representativa da fusão das linguagens artísticas. Existe um limite que demarque as áreas? Onde termina o desenho? onde começa a pintura? e a música?
percebemos paisagens sonoras ou barulho?

Os traços se entrelaçando, sobrepondo, percorrendo a parede em branco propõem uma metáfora social, não isenta de humor, com seus fluxos, divisões e justaposições, narrando limites e tramas.

A delicadeza do traço contrasta com as expressões barulhentas dos seres antropomorfos representados, que nos revelam simbolicamente seus diversos caracteres.

O trabalho se desenvolve em um diálogo entre a linha e a artista, em um  work in progress onde a escuta atenta faz parte da criação plástica. Desenho e música se misturam no silêncio da superfície, nos sons que surgem na pausa do branco da parede. Cabe ao espectador interpretar a peça.

Formada na Escola Nacional de Bellas Artes, IUNA, (Argentina)
a artista argentina, radicada no brasil, desenvolve seu trabalho a partir das diversas vertentes das artes plásticas, desenho, pintura, performance multimidia, animação e ligth design, conformam o corpo e a pesquisa na sua obra.
Coordena o grupo de performance multidisciplinar Membrana Experimental Fiat Lux e o coletivo Atelier Aberto, que explora os limites da arte pública e as relações possíveis entre as pessoas e as cidades, desenvolvendo intervenções urbanas em pintura mural.
Expõe regularmente desde 1990, com mostras e arte mural em Berlim, Milão, Viena, Cidade do Mexico, Buenos Aires e São Paulo.
Possuem suas obras instituições públicas e coleções privadas.
 Vive e trabalha em são paulo

SERVIÇO:
ZOOCIEDADE, intervenção mural de Leila Monsegur
Work in progress: de 10 a 20 de novembro
Visitação: de 21 de novembro de 2015 a 21 de fevereiro de 2016
Aberto ao público em geral
Local: Foyer das Artes
Sesc Santana
Terça a Sábado das 10 às 20h, 
Domingos e feriados das 10 às 17h.

Av Luiz Dumont Villares, 579.
Jardim São Paulo


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