O QUE SOBRA
Gravura e desenho s/ fotografia
Rosângela Dorazio apresenta obras
inéditas na Galeria Lourdina Jean Rabieh
Abertura, 25 de
setembro, quarta-feira, das 19h às 22h
Visitação: de 26 de
setembro a 24 de outubro de 2013
“...as imagens
são híbridas, feixes de sentido muitas vezes contraditórios e conflitantes. Ora
vestigiais, ora ainda poluídas de referências, são resíduos de outras imagens,
pré-imagens e pós-imagens de um mundo que não se deixa fixar com clareza, que
resiste, com profunda melancolia, à formalização, incapaz de escapar do
processo de objetualização que o transforma em fetiche.” Fernanda Pitta, crítica de arte
Em sua
primeira individual na galeria paulistana Lourdina Jean Rabieh, a
artista visual Rosângela Dorazio apresenta uma série inédita de fotos,
desenhos, e gravuras - técnica usada todas juntas em seu trabalho, que possui o
sugestivo nome de “O que sobra”. A individual acontece a partir de 25 de setembro, quarta-feira, e permanece até 24 de outubro.
Produzir imagens únicas. Está é a intenção
da artista Rosangela Dorazio, que utiliza a gravura como meio de realizar
imagens que não se repetem, são únicas. A fotografia que ela mesma faz, e
trabalha através da xilogravura. O resultado final são gravuras que não
apresentam imagens explicitas. Tudo o que não é céu e chão, são eliminados.
Surge assim uma nova paisagem, repleta de brancos e cinzas, formada pela
incisão.
Para o renomado
curador e crítico de arte, Agnaldo Farias, “a artista destrói as imagens quase sempre deixando um rastro
delas nos reflexos silenciosos de lagos e poças; as imagens, agora
flutuando em superfícies líquidas, carregam consigo o eco de imagens que não
mais existem, o que serve como demonstração da impossibilidade de reter o
visível, de que toda fotografia fundada na lógica do documento e do registro
acena uma ilusão tão concreta quanto a nitidez das imagens estampadas”, assim
se comporta a obra de Dorazio.
“Rosangela Dorazio tem uma extensa
experiência com a gravura. Domina a arte de subtrair matéria para criar a
matriz, depurar a imagem, produzir o seu duplo. Entretanto, ao contrário de
muitos artistas que se enveredaram por esse campo tradicional, não tem um apego
purista à técnica, não guarda nenhum romantismo com relação ao fazer esmerado
com que frequentemente se associam os guardiães dos procedimentos intrincados
das diversas maneiras de gravar”, descreve a Mestre em Arte, Fernanda Pitta.
E continua “Faz isso não por desconhecimento
ou desprezo, mas porque sua pesquisa a leva a colocar no centro da sua produção
o lugar difícil do fazer artístico e da imagem no tempo em que vivemos. Sabe
que reivindicar para a arte o estatuto de um fazer exemplar, modelo para as
outras ações humanas, nos dias de hoje, é tão problemático quanto acreditar na
capacidade de comunicação direta da imagem. São tempos turvos, em que a ação
humana não são mais capaz de gerar exemplaridade e o meio já deixou há tempos
de ser a mensagem”.
Os trabalhos que a artista reúne nessa
exposição partem da fotografia, luz gravada sobre uma superfície. Mais uma vez
não é a técnica fotográfica que interessa Dorazio. A fotografia comparece não
em suas ricas gradações de luz e sombra, na qualidade do foco ou da composição,
mas sim por certas propriedades generalizantes da imagem produzida por meio
dessa linguagem. No senso comum, fotografias podem ser vistas como registro, em
que o médium passa quase despercebido. Por isso mesmo, a artista parte de fotos
de paisagem banais, genéricas, que guardam -
nas cenas capturadas, nas angulações da lente, no enquadramento, na
luminosidade – algo do caráter inócuo das imagens dos postais ou folhinhas de
calendário.
Pitta conclui: “As intervenções feitas pela
artista sobre as impressões fotográficas explicitam o impasse entre a percepção
e a imaginação, entre a experiência concreta e a projeção idealizada. Retira
das paisagens aquilo que poderia caracterizá-las, indicando precisamente os
vazios desses lugares do desejo irrealizado”.
SERVIÇO:
ROSÂNGELA DORAZIO | O QUE SOBRA
Gravura, desenho s/fotografia
Gravura, desenho s/fotografia
Abertura: 25 de setembro,
quarta-feira, das 19h às 22h
Exposição de 26 de setembro a 24 de outubro de 2013. Segunda a sexta das 10h às 19h | sábados das 11h às 17h.
Galeria
Lourdina Jean Rabieh, Al. Gabriel Monteiro da Silva, 147, SP. tel. 0/xx11/3062.7173 | 0/xx/11/3081.0017
Entrada gratuita.
Entrada gratuita.
Assessoria de imprensa:
Solange Viana
Tel 11
4777.0234 | solange.viana@uol.com.br
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